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Cinquenta por cento das pessoas são normais,

quarenta e nove fingem que são, o resto sou eu.

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Depois da Merda:

Novos textos vão substituindo os antigos e os antigos quando lidos depois de algum tempo já não fazem o mesmo sentido. É  como uma lembrança do que já senti, mas sem o sentimento.
Essa é a prova de que eu posso mudar, que eu sempre mudo, mesmo acreditando no presente que isso não é possível. Horas! Eu já passei por tanta coisa nessa vida... Foram experiências marcantes, a maioria delas triste, mas isso não significa que será sempre assim.
Hoje eu estou ferrado.
Sem amigos, sem confiança nas pessoas, querendo sempre estar sozinho, acreditando que já não conseguirei amar de novo. Meu coração está partido, pessoas me traíram e a revolta me fez tomar atitudes que me deixaram arrependido.
Alguns me olham quando passo, fecham a cara, desviam o olhar, talvez pensando que sou imundo e que não tenho concerto. Mas se o mundo dá voltas, na próxima esquina essas mesmas pessoas podem estar fraturadas. E se naquele momento eu passasse por elas novamente?
Sabendo que existem coisas que ninguém perdoa, eu me pergunto por que tanta gente fica atrás de um confessionário à procura de perdão. Vendo que todos cometem erros, não entendo aqueles que apontam dedos para o defeito alheio.
Eu deveria me sentir culpado?
Toda merda que já fiz se aplica a lei de que não existe efeito sem causa. Motivos eu tive. Se foi contra inocentes ou culpados não importa, o que importa é que alguém me feriu antes e que o golpe dado foi apenas um reflexo dessa ferida.
Pois como alguém poderia esperar carinho de alguém que só conhece a dor? Bem, é o que estou tentando dizer...
Se não tivessem rido de mim quando pela primeira vez achei que lápis nos olhos me deixaria mais bonito. Se não tivessem duvidado do meu caráter quando decidi usar as minhas próprias combinações de roupa. Se não achassem que um homem não deve pintar o cabelo e passar esmalte nas unhas e se não atribuíssem o som que eu ouço a um pacto macabro com o diabo.
Se a maioria não defendesse tanto a orientação hétero. Se pastores não pregassem contra pessoas como eu. Se o modelo de bondade não fosse condicionado a um terno branco.
Tudo bem. Eu já estou começando a fazer o que as pessoas querem. Mas cobrarei que todos eles se esqueçam do “demônio” que já fui.
O que aconteceu foi o bastante e eu estou aceitando as algemas de uma vida sem liberdade, todos os modelos e convenções, cada regra do início ao ponto final.
Mas ao mesmo tempo estou enfiando a necessidade de me perdoarem no... Na gaveta do meu criado. E eu vou me esquecer, mesmo que não se esqueçam, de que um dia tentei reagir de forma errada.
E como eu digo:

- Faça merda e espere secar... Assim terá o melhor esterco e com isso, o melhor jardim!

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