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Cinquenta por cento das pessoas são normais,

quarenta e nove fingem que são, o resto sou eu.

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Hoje Eu Queria Partir

Hoje eu percebi que a morte nunca foi minha amiga. Será que sou insignificante demais para ela? Porque ele me rejeita assim? Não é possível!


Ninguém sabe sobre mim. Por maior que sejam meus sorrisos, ou minhas atitudes de palhaço, ou minha inteligência que admira até mesmo os professores, ninguém sabe quem eu sou de verdade.
Eu tenho um inimigo. Um inimigo que ninguém vê. Ele está aqui, dentro de mim. O nome dele? Pensamento. Um pensamento que reflete uma vida. Uma vida que eu gostaria de ter, mas que a fria realidade do mundo tem o objetivo de negar.
Porque é tão difícil ter alguém? Me sentir feliz diante dos amigos, digo feliz de verdade, porque sobre isso eu minto muito bem. E porque é difícil ter uma família reunida, ou alguns irmãos que não me excluem dos seus planos?
Pois é... Hoje eu descobri que as pessoas não gostam de mim. Elas apenas me suportam.
Acabai de sair do hospital, carregando na mochila um coquetel de remédios. Porque desci no porão da minha casa com uma Lâmina e tentei rasgar minha femural. Primeiro cortei a camada de pele, depois a de gordura, cheguei até os músculos, mas nada de encontrar a bendita veia.
Seria Deus? Eu teria alguma espécie de proteção? Se for, eu detesto tudo isso. Detesto esse Deus que mantém vivo, e essa proteção que me mantém nesse emaranhado de sofrimento.
Se eu desisti de buscar uma razão, entender porque a vida funciona e lutar para ser feliz, porque é que essas forças continuam insistindo? Essas forças que eu não conheço. Essas forças que não me deixam realizar o meu maior desejo: morrer!
Yeah... Eu continuo aqui e resolvi voltar para o blog. Voltar para dizer que depois de tudo eu continuo aqui, obrigado a suportar, como sempre. Mas que droga! Estou escrevendo num blog, quando na verdade gostaria de estar em algum lugar por aí, não existindo.
A vida é mesmo uma droga! E eu estou cansado dela. Quem sabe da próxima vez não é?
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Carência Sem Paciência:

 Como ela diz, eu quero Kiss - Kiss se Fôda         


Mais uma vez assassinando outra manhã sem sono, sem dormir, acordado no delírio dessa insônia que me torna assim de outro planeta [onde ninguém dorme]... Ontem eu estava refletindo com a dona Nanda, no caminho de casa, depois do curso, naquele ônibus escuro [e como eu gosto do escuro]. Falávamos sobre carência, sobre pessoas que apanharam tanto da vida que acabaram criando um escudo de frieza ao seu redor para se proteger de um futuro sofrimento... “Aquela regrinha básica que diz – quem sofre na mão de um acaba acreditando que todos os outros são iguais”

         Pois bem... A conversa saiu exatamente de acordo com o que eu andava pensando e vivendo, e tentando me livrar, e lutando contra uma vontade filha da puta de arrancar o zíper da calça do primeiro bonitinho que me der oportunidade e... [imagine o que um gay ativo, que toma heroína imaginária, de tendência meio psicopata, faria numa situação dessas]

         Nós estávamos com razão. Tanto eu quanto ela já sentimos na pele, já usamos esse escudo mencionado acima, já nos defendemos depois de vários ataques sofridos.
         A solução seria óbvia se eu não tivesse um coração e várias vezes eu desejei não ter. Sei lá... Às vezes é ruim sentir e eu queria, pelo menos uma vez, saber como é não sentir nada. O texto começa a fazer sentindo agora, pois eu estou me sentindo assim e na boa... Eu odeio isso!

         Porque demônios, capetas, satanazes e bruxas de Blair eu tenho que lidar com isso? Dizem que a única forma de se livrar da carência é encontrando alguém que possa dar carinho. Esse é o problema, porque eu não quero carinho... E feito um cientista maluco eu estou a procurar uma solução ainda não descoberta. Como se livrar da carência sem que a porra do remédio seja o carinho???  [levantem as placas, universitários]

         Deixando de lado o auto julgamento e acreditando que tenho que me aceitar como sou eu diria que interiormente estou em crise. Acho que cresci demais ouvindo falar em pecado, perdão, certo, errado e caralho elevado a quatro. Cresci tanto que na procura da perfeição acabei me amiudando, me tornando menor, tirando o título de ser humano e desmerecendo tudo aquilo que conquistei com meu suor [além de orgasmos alheios, lógico].

         Então eu me tornei assim... Aceitei entrar na guerra, vesti o meu capacete e pisei no acelerador nessa estrada longa do esquecimento. Ou seja, vou a mil por hora para tentar esquecer... E não apenas um [não posso descrever para não dar na cara] que eu arranquei a virgindade e dei corda para me enforcar depois, mas todo aquele passado onde eu ainda acreditava que gostava mesmo do sexo masculino.
         Hoje eu me pergunto, vale apena?

         Sim... É verdade se alguém está pensando que eu não gosto mais de homem, porque não gosto mesmo, mas a vontade ainda gosta. A necessidade ainda pede, o hábito ainda é forte, o desejo ainda aflora, a fé ainda grita que um dia pode dar certo com alguém...

         Mas eu mesmo me separo de tudo isso, tentando arrancar isso de mim e de quem eu sou, porque não, porque eu não quero mais... Sê entende agora o motivo da carência?


         
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Olha a Paranóia Delirando:

           
Pode ser que a felicidade seja um estágio imaginário, ou que a depressão seja o último estágio. Dor humana, dor que vem justamente da tentativa de não a sentir... mas quem vai saber?

            Ah, eu já tinha me esquecido. Como estão vocês essa noite? Se por acaso agora for de manhã, me desculpem, já estou indo me deitar... Façanha de quem troca o dia pela noite, se é que me entendem.
            Eu estava aqui pensando – porque insistimos tanto em confundir felicidade com prazer? Tipo... se estivermos com os amigos, numa festa à beira da piscina, com garrafas e mais garrafas de Absolut, rodeados por mulheres de biquíni [ou homens de sunga] ... Ain, que droga. O que a felicidade tem haver com isso?
            Acho que a insônia começou a fazer efeito.
            Depois de sentir tanto prazer eu acabei acordando da anestesia. Sim, aquela injeção letal da vida que te deixa borbulhando em espumas coloridas, encharcadas de sorrisos que nem se sabe de que direção estão vindo.
            Eu vomitei tudo isso... E no vômito eu vi meus amigos que me chamavam para beber, o menininho que fazia meu coração bater, todo aquele estilo desregrado que eu usava para chamar a atenção do negativo e... Eu vi no estrago o que o abrir dos olhos me causou, toda a vida de ontem. E eu percebi que hoje pode ter sido o primeiro dia que consegui viver, digo, viver de verdade.
            A estrada ficou clara e os unicórnios já não estavam mais nela. Pode acreditar, foi o que vi mudando assim, tão de repente. Pluft... O barulinho da realidade caindo sobre a minha cabeça me fez acordar essa manhã com vontade de ser alguém.
            Mas como é ser alguém? Alguém me ensina?
            Você...
            Você mesmo que está com os olhos grudados nesse texto, que tipo de alguém é você? Posso ser igual? Posso seguir o seu exemplo? Me responda: eu seria feliz se fosse como você?
            Não, não precisa responder... Pois eu já fui quem eu queria, quem as pessoas queriam que eu fosse e agora estou querendo ser o outro. O outro que tem tudo, menos o que eu tenho. Aquele outro que amou uma mulher, fez um filho e se promoveu no trabalho.
            Será que eu ficaria bem usando um terno? Acho que não... Afinal, são os bandidos que usam terno por aqui e eu não quero parecer bandido.
            Parece que você ainda não entendeu né?
            Eu só estou enchendo o saco.
            Não quero dizer nada e só lhe fiz perder seu tempo.
[respira]
            Parece que foi ontem sabe? Sim, ontem foi ontem mesmo. Mas o que estou tentando explicar aconteceu amanhã, quando não me levantei para dormir e vi a morte viva sorrindo para mim. Eu morri de medo, mas ela não. Ela continuou viva e eu achei engraçado.  Gargalhadas sem fim.

            Paranóia...
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Uma Verdade Que Mentiu:

Às vezes o sonho acaba, e precisamos acordar...


Aqueles olhos bem abertos após cada sorriso de mentira. Eu acreditei e fui levando até o fim. Precisava de tudo aquilo, mesmo sabendo que no fim das contas meu coração ficaria partido mais uma vez.
O que há por trás das palavras que se contradizem para nos proteger da verdade? O que há por trás dessa minha ilusão? Acho que estou acreditando em vão, porque deixar de acreditar destruiria todos os motivos que me levaram a lutar até agora.
Eu não consigo viver, e deixar de me causar feridas. Não consigo parar com esse lance de colecionar cicatrizes.
Talvez eu me permita deixar sofrer. Gosto de saber que os outros acabam sentindo tudo o que me causam. Então eu permito, abro meu coração, crio todas essas situações que estupram a vida das pessoas.
Alguém que não sabe dizer não e é negada em tudo. Alguém que tenta ser bom e recebe o mal e nada mais que isso. Alguém que como eu implora o amor...
Acho que nasci no lugar errado, com a beleza e sexualidade errada. Acho mesmo que cresci para aprender com a dor porque não sei o que significa essa tal felicidade. Eu nunca me senti assim e não sei o que isso significa. Porque seria diferente dessa vez?
Os meus amigos estão lá fora, namorando e vivendo o sonho melado de adolescente que ainda acredita em uma vida melhor. Os outros sempre estão lá fora não é mesmo?
Todos os dragões que eu enfrento, todo esse sangue na minha espada, cada espinho, cada muro, cada pedra, cada garotinho... Tudo isso precisa fazer sentido um dia porque eu não agüento mais.
Eu realmente não acreditei naquelas palavras. Não acreditei e me recuso a acreditar até agora. Não senti firmeza naquele pedido, mas também não quis que desse certo.
Me perguntaram se eu gostava de me sentir mal e eu respondi que sim. Então que seja feita vossa vontade, assim na terra como no céu.
Talvez eu continue aqui, implorando por um amor negado. Talvez eu continue desejando uma família melhor e amigos mais verdadeiros. Quem sabe eu não esteja no caminho certo? Escolher as flores, montar num unicórnio rosa e estender um sorriso gigante para me convencer de que a vida é um jardim florido, para que?
Mais uma vez estou sendo eu mesmo. Arrependido ou não, minha natureza é essa e eu ainda não faço por merecer. Alguns me amam por isso e os que me odeiam... Esses habitam meu coração!


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O Desastre de Ser Assim:

Quando removo a máscara por um instante, o verdadeiro rosto assusta, faz com que certas pessoas fujam com medo de mim.



A gente bebe e fala o que não deve, mas quando são esconde, guarda segredos, finge e toma todas as atitudes contrárias ao que sente.
Gostar de homem: é o dilema que se repete...
A vergonha é comum em pessoas assim, que como eu se apaixona e não consegue controlar. É tão estranho esse sentimento, você já se sentiu assim?
Mesmo não querendo, o coração grita, o sentimento pulsa contra nossa vontade, a luta interior se torna rotina, tudo vira dor, tudo se transforma em pranto.
Eu sempre tive um rostinho feliz para esconder essas paixões. Sempre tentei me mostrar frio para nunca descobrirem. Sempre me escondi atrás de um rock pesado para parecer mais brutal, cruel, sem emoções...
Mas olha para mim agora: estou ouvindo Avril Lavigne e lamentando pela quarta feira passada.O que foi que eu fiz? Apenas cansei de esconder... E atrás de um monitor, com o facebook aberto acabei me confessando.
Que interessante! As palavras saíram erradas, ofensivas, bêbadas como o dono delas e ao invés de me sentir desabafado, piorei a situação.
Provavelmente o menininho adolescente está rindo agora. Nessa idade é tão comum achar legal! Eu achava legal... Quando alguém sofria por mim eu me sentia desejado. Como costumam dizer: você arrasa corações ein?
E qual homem não gosta disso, de saber que está arrasando corações? De fato não sente a dor que causa antes da fase adulta, mas no meu caso isso não resolve nada.
Do que me adiantaria ficar aqui pensando – um dia ele vai sentir tudo isso na pele, vai pagar pelo que me fez porque a vida sempre dá o troco.
Hahaha ... que piada mais sem graça.
É nessa fase que costumo olhar fundo para dentro de mim mesmo e me perguntar se o amor verdadeiro realmente machuca. Machuca não, então...
O que eu sinto não passa de uma paixão que preciso combater.
E eu falei para o carinha que iria me afastar dele, para acabar com esse sentimento ridículo, mas até lá o que vai acontecer comigo? O que vai acontecer com ele?
Nada, absolutamente nada.
Eu vou continuar arrasado, ficar um tempo sem sair de casa, brigar mais um pouquinho comigo mesmo, me sentindo ridículo por gostar de um menino, odiando ser homossexual (pensa que eu não tentei mudar?) ... E ele vai continuar como sempre foi, ficando com aquelas garotinhas que babam no ovo e vez ou outra vai se sentir magoado, chorar por alguém que não sou eu e...
Que porcaria de vida é essa?
Que sentido faz tudo isso e porque fui nascer assim? Onde está a felicidade que eu procuro afinal? Olhando sempre para o lado errado, gritando por dentro enquanto tento me sentir bem, enfrentando eiras e beiras com essa carência que me deixa iludido com um simples toque de uma brincadeira de criança.
Existe bem mais por aí, existem outros, mas eu cansei de acreditar.
Eu desejaria deixar de existir, mas como isso é impossível, vou continuar segurando a barra, suportando o peso de uma vida sem amor e me esquecendo de quem realmente me dá valor para jogar toda minha atenção sobre aquele que costuma me pisar.
Sabe aquela ferida na alma? Pois bem... Mais uma vez está aberta.

Isso é tudo que tenho para dizer, depois de um bom tempo sem postar.
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O Ridículo do Momento:

O som ligado quase no último volume, gritando Marilyn Manson, e as janelas fechadas deixam para quem está lá fora um aviso bem claro: Eu não quero ver, nem falar com ninguém!
Há dias que eu me sinto assim, sozinho, não por obrigação, não porque estar sozinho é tudo que me resta, mas por opção mesmo, por não querer fazer parte do mundo por alguns momentos.
Eu respeito todas as pessoas, não faço mal a nenhuma delas. No meu semblante está sempre aquele sorriso. Mas isso não quer dizer que eu não odeie, que eu não deteste toda merda que vejo acontecendo ao meu redor.
Sei que fiz por merecer, sei que já fui como eles, eu aceito tudo isso, mas até quando?
Hoje estou me dando o direito de me fechar, preferindo a voz dos meus ídolos que eu não conheço do que os supostos amigos que poderiam estar comigo agora. Porque não me sinto parte desse circo e ás vezes até o palhaço cansa de atuar.
Acho interessante esse lado da vida, este fato eminente e incontestável:
- Já pararam para pensar no quanto a dor é mais fácil?
Tente sentir dor... Você pode esmurrar a primeira parede que estiver do seu lado. Pode bater a cabeça em qualquer lugar e com as próprias mãos pode se agredir.
Mas tente se sentir bem para ver! Aonde e como vai conseguir?
O ano já começou a se mostrar estranho e as pessoas já não são as mesmas. Já não querem amor, nem carinho, nem uma palavra amiga... Minhas companhias estão por aí, algumas enchendo a cara, outras viajando para bem longe e outras ainda namorando um milhão em menos de um mês.
Todos se destruindo e eu aqui querendo fazer alguém feliz.

É ridículo se sentir diferente nesse ponto. É ridículo sentir que você quer dar amor num lugar onde ninguém quer saber dele. É ridículo ter que ligar o som no último volume para não ouvir ninguém chamando.
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De Novo, o Novo Aconteceu...

Eu não quero mais aparecer em baladas. Nem desfilar nos domingos para mostrar meu estilo rockeiro. Companheiros eu tenho aos montes, mas eles que me desculpem. Eu vou me fechar para descobrir: Quem tem para mim o coração aberto???
Não serei o último desta vez e quando não houver mais opções, por favor, procurem outro. Não quero estar mais aqui para chupar, lamber, morder e fazer suar. Nem dar-lhes um orgasmo para satisfação dessas necessidades que eu costumava confundir.
Pobre ilusão, se desfez lentamente e parece que foi ontem. Por quanto tempo fiquei sem enxergar? Pobre diabo que não me verá bêbado ou gozando novamente. Eu não estou mais no inferno, mesmo que seja um inferno a abstinência que me causam tais mudanças.
Dessa vez eu quero ser mais forte!
Me cansei desse mundo egoísta, de ser este egoísta, do egoísmo e de pensar em mim em primeiro lugar. Os outros existem e eu não tenho enxergado isso.
Então que não seja surpresa se perceberem que estou mostrando amor ao próximo e ocultando o amor por mim mesmo. Pensamentos costumam ter menos efeito quando não se transformam em palavras.
O que pensaram de mim por tanto tempo?
Talvez apenas o que eu estive mostrando, mas o que pensar agora de alguém que se esconde? Isso eu aprendi muito bem, pois os que já amei estão lá agora, comendo mulheres como se eu nunca tivesse existido.
Não quero tentar, nem compreender o que se passa com eles. Das lembranças restaram escombros e não é o que me importa no momento.
Não é nada demais...
Não se preocupem...
O Gabriel partiu apenas para aqueles que não sabem onde ele mora.
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Ano Novo - A Vida Continua...


Não vou dizer que uma nova vida começa de agora em diante, nem fazer promessas que sei que não posso cumprir. Não vou pensar que uma mudança insignificante nos números que usamos para medir o tempo vai trazer assim uma mudança realmente radical.
Pois quem disse que o coração é feito de números?
O que aconteceu há cinco ou seis dias atrás não é velho para mim e não será esquecido se eu pensar agora que isso é coisa do ano passado.
Quanta ironia! As pessoas se enganam com essa idéia de “ano novo, vida nova”, porque uma vida nova não começa só porque alguns fogos foram explodidos no céu, ou porque as pessoas se abraçaram como se estivessem nascendo de novo.
Sou bem realista nesse ponto e preciso admitir que os mesmos segredos ainda perduram. Segredos... É até estranho ouvir isso de mim, logo de mim que nunca escondeu nada nessa vida.
Mas existe sim, o que preciso esconder. Porque se eu revelar essa lágrima derramada por alguém, esse alguém vai gostar da idéia, e vai sorrir porque se diverte com isso, e vai fazer mais, e vai me molhar de novo.
Sei que aqueles que plantam lágrimas em olhos alheios não tem ao menos a oportunidade de fazer a colheita, pois se afogam antes.
Mas se conheço um coração que ambiciono conquistar, não quero tê-lo em minhas mãos quando seu dono estiver casado de senti-lo machucado. Eu não quero curar, nem consolar, muito menos ser o incentivo de mudança de alguém que cansou de apanhar da vida.
O que eu quero não vem em conta agora. Porque a vida, de fato, não nos dá o que queremos. Ela conhece nossos desejos e só realiza aqueles que nos fariam bem.
Então é isso. Foi assim que comecei o ano. Sabendo que coincidências não existem e que alguém vai começar a perceber... Sim, é desconexo, mas já disse antes. O que faz parte do segredo vai mesmo ficar subentendido.
Certas pessoas eu cansei de tentar esquecer. Certos buracos eu cansei de tentar tampar. Certas coisas não mudam, para resumir tudo, e eu quero mais é aceitar que tudo gera conseqüências nessa vida.
Planos? Talvez não... A conseqüência de que estou falando não virá de mim, ou melhor, não de novo, de novo e de novo. Porque eu tentarei ser o melhor, mesmo para aqueles que me fizeram o pior.

Que assim seja. Então, Feliz Ano Novo!  (para quem acredita mesmo que algo mudou)
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Insignificância Retida:

Às vezes me sinto como se fosse sempre a última opção. Hoje estou aqui, me sentindo assim...
A frase do dia é: As pessoas sempre nos julgam pelos defeitos.
Eu sou tão mal assim?
Às vezes quando estou tentando ser legal com alguém, esse alguém me vê como algo a se ter nojo, como o último que queria ver por perto.
A multidão dos que se dizem normais estavam lá, dançando funk, procurando por bebida e sexo. E eu, estranho do ninho, pensei que se talvez tudo aquilo fosse motivo de vergonha para eles um dia.
Mas eu estava lá, será que não tinha nada melhor para fazer?
Acho que as pessoas não se arrependem de quem elas já foram.
Talvez eu seja o cara que odeia tudo o que é diferente de mim e joga a culpa na sociedade. E talvez eu seja aquele que tenta amar, descobrir de verdade o significado dessa expressão, amar.
Mas eu sou o mesmo que falha, o mesmo que cai, o mesmo que pensa estar fazendo o bem, afundando os outros e desejando mentalmente a derrota dos que não me ouvem.
Eu sou apenas um egoísta ainda.

Hoje eu estou sentindo, amanhã poderei lutar, mas agora... Agora eu só quero fingir que minha existência não é notada. Quero estar frio e invisível, nesse mundo que construo para mim. Sem visitas dessa vez.
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You Miss? I'm Back:

Depois de tanto tempo afastado eu me pergunto como é voltar ao mundo da internet e escrever algo para se postar no Blog.
Como é mesmo?
Talvez eu tenha me esquecido...
Ou talvez a dificuldade esteja justamente aqui, no fato de ter que contar um acontecimento particular ou descrever um sentimento.
Eu não sei fazer isso, ou melhor, sabia, mas não agora, eu simplesmente não consigo.
Sabe quando a coragem lhe falta e o pára-quedista fica na porta do avião, contando até três para pular, repetidas vezes, sem conseguir pular?
Este sou eu agora.
Tenho muito a dizer, mas não sei se devo. Há muito já não compartilho intimidades, se nem comigo mesmo, quanto mais por aqui onde todos podem acessar e descobrir facilmente o que me acontece por dentro.
Sei que o escritor não deve ter medo, medo das indiretas, de alguém se identificar em suas palavras e vir a lhe cobrar depois. Sei que não preciso me esconder nesse casulo de incerteza e apagar cada parágrafo por se tratar ele de alguém ou de algo que me fizeram sentir.
Escrever é justamente isso! É dizer sem nomes citados o que acontece e o que me empurram no campo emocional. Sempre há alguém, sempre e por trás de tudo há alguém, pois ninguém sente o que sente por conta própria.
As pessoas dependem uma das outras para tudo e escrever não é diferente. Então porque eu, Gabriel Myslinsky, o corajoso, está com medo agora?
Medo de contar sobre essa revira volta que minha vida sofreu. Sobre a mudança, sobre a casa nova, sobre minha família que agora está separada mais ainda do que antes.
Medo de dizer que estive sendo preconceituoso com os amigos, me afastando deles pelo simples fato de serem heterossexuais?
Dizer que andei sofrendo para esquecer alguém que ontem descobri estar envolvido com o tráfico de drogas. Que voltei atrás na promessa de me esforçar para não ter que entrar em contato com ele novamente?
Medo de confessar que estou com medo, que não sei o que será de mim de agora em diante, depois da razão ter resolvido tomar as rédeas e calar o coração?
Medo de dizer que desisti. Simplesmente desisti de procurar aquilo que chamam de “amor”, acreditando que todos são iguais e que uma nova história acarretaria o mesmo sofrimento. O famoso ditado “homem não presta”... ?
Então as pessoas não fazem parte do que escrevo? Elas nem podem fazer? Mas o que seria então, escrever sem nada dizer sobre elas?
Medo...
O que mais tenho a perder?
Voltar aqui (na internet) depois de muito tempo vivendo só de relações pessoais, face a face e cara a cara, talvez tenha feito com que eu me retraísse um pouco.
Acho que perdi por um instante a capacidade de ser espontâneo, de não ter medo do que os outros pensam... Bingo! Eu não consigo mais escrever sobre nada nem ninguém...
Isso é tudo, pois descobri que tenho um compromisso agora.

Até mais...
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Canilidade Máxima:

Ele tinha um cachorro enorme - preto, peludão, grande mesmo – que quando ficava de pé se igualava perfeitamente ao meu tamanho (um metro e setenta e cinco).


Sempre que iria chamá-lo, ele estava lá, amarrado naquela corrente com uma vasilha vazia ao lado, língua para fora, respirando ofegante.
Eu tinha medo! Pelo menos nos primeiros dias, enquanto ainda não havia me acostumado com aquele bicho.
Em nossos momentos proibidos ele nos alarmava. Sempre que alguém se aproximava, ele latia, grunhia com estrondo e nós, com medo de sermos pegos no flagra, tratávamos logo de ir vestindo as roupas.
Em falar em roupas, acabei mentindo sem querer. Foram raras as vezes que conseguimos tirá-las completamente. Éramos um casal (se é que posso chamar isso de casal) sem nenhuma privacidade.
Então nós nunca tirávamos as roupas, no máximo abaixávamos a bermuda, mas isso não interessa agora.
O cachorro morreu um dia. Levou com ele a beleza, os latidos e a proteção. Eu gostava dele, do cachorro, e por mais que ele, o garoto, não houvesse percebido, nesse dia eu chorei escondido.
- Quem é que vai latir para mim agora? Quem vai avisá-lo que eu cheguei? Para quem eu vou olhar e disfarçar minha atenção quando não estivermos sozinhos, para esconder o nosso lance?
Eu não entendo...
Porque os cachorros morrem?
E porque seus donos não nos abanam o rabo, não nos lambem e não são nossos melhores amigos para sempre?
Passei essa manhã a pensar nisso.
E descobri que aquele cachorro me excitava, não por se tratar de um cachorro grande, mas por ser dele, justo dele... aquele cachorro lindo tinha que ser (justo) dele? Porque, meu Deus!? Porque não do vizinho que mora bem do lado da minha casa?
Yeah... Eu não sabia ainda... E descobri tarde...
Fui para a cama com um homem que tinha um cachorro grande, e acabei sentindo, por uma manhã inteira, falta dele – do cachorro.

Mas qual dos dois?
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Entre Índios e Humanos:

Tudo bem... que fique assim então!
Eu assumo a culpa pelo “eu tenho nôjo de vocês” e me convenço de que isso tocou mais do que o “eu amava vocês”.

Não é isso que as pessoas fazem? Se doem com uma ofensa, mas não reconhecem que antes dela veio o amor, amor este desvalorizado?
Foi este desvalorizar que me levou a tomar esta atitude. A falta de reconhecimento, a raiva, a ânsia de gritar o descontentamento. Não é a toa que não exista ninguém feliz ao meu redor, de tanta gente vivendo por cultivar a mágoa dessa forma.
No fundo eu já me acostumei com esse jeito destorcido que meus amigos consideram ser a melhor forma de ser um homem. Eu sei que tudo não passa de meras provas de “macheza”, meras especulações sobre normas e fórmulas de se agradar o externo e corresponder as expectativas.
Eu sei muito bem que viver por dentro acima de tudo, contra tudo o que está lá fora, me expos ao ridículo. Mas ridículo é o que vocês consideram a meu respeito, não o que me considero de fato.
Vocês compreendem muito bem que um corte sangra, que um tapa arde, que um murro quebra dentes. Só não entendem que os outros sentem, que algumas palavras machucam, que a rejeição decepciona, que o amor existe também de homem para homem, de amigo para amigo.
Sinto muito, mas eu não tenho uma vagina. Não tenho a droga dos cabelos compridos, nem o corpo de violão que vocês consideram indispensável em alguém, para que este mereça o valor interesseiro que vocês propõem para ter em troca o que todo macho precisa.
Doeu sim, mas em mim do que em vocês, por mais que seja difícil de acreditar. Mas agora eu estou certo, certo de que não preciso de índios ao meu redor, índios que só me aceitariam se eu vivesse na mesma selva, fazendo parte da mesma tribo.

Sou civilizado afinal, e vou superar de alguma forma. Já não sou mais aquele sadomasoquista e já não me faz falta o que existe apenas para me ferir.
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