Muita gente se encontra olhando para trás, se lembrando do
que já passou, querendo voltar no tempo para ter uma chance fazer diferente.
Eu não penso assim...
Tudo que sinto hoje e estou sentindo agora, cada lição que
preciso aprender e cada mistério que ainda tenho que decifrar não está no meu
passado.
O passado hoje foi o que vivi ontem, mas agora já está
superado. Então porque querer voltar? Me atrasar quando não tenho tempo e
preciso continuar seguindo em frente? Que lembrança, afinal, vale mais do que a
obrigação de garantir o amanhã?
Puro apego.
As pessoas tem alguém que já lhe fez feliz, alguém que pode
não mais existir ou estar longe demais. As pessoas tem momentos, sorrisos
deixados para trás e se querem voltar, buscar de novo sensações perdidas é
porque não souberam aproveitar, perderam a chance, fracassaram!
Quanto tempo perdem querendo voltar no tempo? E quantas
oportunidades não desperdiçam por estarem agarradas a ele, se debatendo contra
a realidade.
O que existe, meus amigos, é o presente. E vale a pena
desenrrolar o lacinho, abrir a caixa e saborear a surpresa. O antes já nos foi
dado, usado e descartado. Porque querer reciclá-lo?
Eu me lembrei nesta tarde do livro que estou escrevendo.
Abri a história e tentei continuá-la.
Me perdi nas primeiras palavras digitadas e antes do primeiro
parágrafo (de hoje) já estava me descabelando. Não consegui escrever, porque?
Porque para isso teria que correr atrás do que já partiu e que não vai voltar.
Lembranças são um saco para mim.
Sempre que eu tentei repetir alguma dose, esta me veio
novamente, envenada. O sabor não é o mesmo...
Então o que fazer?
Volte um pouquinho, como se meu texto fosse o teu próprio
tempo. Volte, com ele você pode voltar. Volte para as primeiras palavras, não
tenha medo, eu espero.
Voltou?
Pois bem...
Enquanto você foi, eu terminei a escrita e você perdeu o
final. Aconteceu no presente, mas você estava no passado.
Tudo, acredite, tudo é uma questão de tempo!
E eu vou dormir agora...
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