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Cinquenta por cento das pessoas são normais,

quarenta e nove fingem que são, o resto sou eu.

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Bomba Relógio:

Eu nunca tive medo de dar o primeiro tiro, errar a mira ou saber que a bala fez apenas um arranhão.  Nunca tive receio... Nunca fiz cerimônia antes de me confessar... Nunca me preocupei se o amanhã viria recheado com decepções ou arrependimentos.
De certa forma eu não dava o braço a torcer, não me importava a dor de uma fratura ou o estalar dos ossos numa despedida proposital (da parte de alguém).
Eu verdadeiramente não queria saber.
Nunca... até agora!
Talvez eu tenha dito nunca, por realmente nunca ter me preocupado ou me importado com as consequências. Talvez porque até então não tenha valido aquele medo de perder, de desperdiçar uma chance única, de deixar sequelas irreversíveis em um coração que não merece um sacudir de ombros.
Dessa vez o jogo é duro e o alvo veloz.
E eu preciso ter cuidado!
Não que uma palavra possa me causar perda de dentes, ou um toque, dedos quebrados. Não que o tempo esteja contra mim e a pressa seja necessária, não que...
Não que ele seja mais um filho da puta que não me fizesse falta se por acaso a rejeição viesse me bater na porta.
É muito mais e vai além.
E nessa incógnita eu vou descobrindo aquela face do medo que não impede ou afasta, mas que avisa e adverte: tenha calma...
Sim, eu estou com medo dessa vez.
Porque não e quem nunca teve?
Imagine aquela bomba onde você precisa cortar o fio certo para impedir uma explosão. Imagine isso dentro de você. Tente sentir na pele e feche os olhos por um instante imaginando o quão tensa pode ser tal situação.
Essa mesma bomba está em minhas mãos agora.
Está marcada para estourar, mas eu tenho opções. Posso adiantar o desastre cortando o fio errado, posso acertar em cheio me arriscando no certo ou posso não fazer nada e esperar pelo pior.
Não é fácil...
Eu me vejo a cada dia tentando me manter em equilíbrio, para não me afastar, mas também não me aproximar demais. E eu vou vivendo a história, segundo após segundo, sabendo que diante do inevitável o que me resta é pelo menos fazer que alguma coisa tenha valido a pena.
Que eu não tenha sentido e acreditado em vão, pelo menos dessa vez.


(o que vai ser ainda está por vir...)

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