...

Cinquenta por cento das pessoas são normais,

quarenta e nove fingem que são, o resto sou eu.

................................................................................................

................................................................................................

Entre Índios e Humanos:

Tudo bem... que fique assim então!
Eu assumo a culpa pelo “eu tenho nôjo de vocês” e me convenço de que isso tocou mais do que o “eu amava vocês”.

Não é isso que as pessoas fazem? Se doem com uma ofensa, mas não reconhecem que antes dela veio o amor, amor este desvalorizado?
Foi este desvalorizar que me levou a tomar esta atitude. A falta de reconhecimento, a raiva, a ânsia de gritar o descontentamento. Não é a toa que não exista ninguém feliz ao meu redor, de tanta gente vivendo por cultivar a mágoa dessa forma.
No fundo eu já me acostumei com esse jeito destorcido que meus amigos consideram ser a melhor forma de ser um homem. Eu sei que tudo não passa de meras provas de “macheza”, meras especulações sobre normas e fórmulas de se agradar o externo e corresponder as expectativas.
Eu sei muito bem que viver por dentro acima de tudo, contra tudo o que está lá fora, me expos ao ridículo. Mas ridículo é o que vocês consideram a meu respeito, não o que me considero de fato.
Vocês compreendem muito bem que um corte sangra, que um tapa arde, que um murro quebra dentes. Só não entendem que os outros sentem, que algumas palavras machucam, que a rejeição decepciona, que o amor existe também de homem para homem, de amigo para amigo.
Sinto muito, mas eu não tenho uma vagina. Não tenho a droga dos cabelos compridos, nem o corpo de violão que vocês consideram indispensável em alguém, para que este mereça o valor interesseiro que vocês propõem para ter em troca o que todo macho precisa.
Doeu sim, mas em mim do que em vocês, por mais que seja difícil de acreditar. Mas agora eu estou certo, certo de que não preciso de índios ao meu redor, índios que só me aceitariam se eu vivesse na mesma selva, fazendo parte da mesma tribo.

Sou civilizado afinal, e vou superar de alguma forma. Já não sou mais aquele sadomasoquista e já não me faz falta o que existe apenas para me ferir.

Comentários:

Postar um comentário

 
Gabriel Myslinsky © Copyright | Template By Mundo Blogger |