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Cinquenta por cento das pessoas são normais,

quarenta e nove fingem que são, o resto sou eu.

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Carência Sem Paciência:

 Como ela diz, eu quero Kiss - Kiss se Fôda         


Mais uma vez assassinando outra manhã sem sono, sem dormir, acordado no delírio dessa insônia que me torna assim de outro planeta [onde ninguém dorme]... Ontem eu estava refletindo com a dona Nanda, no caminho de casa, depois do curso, naquele ônibus escuro [e como eu gosto do escuro]. Falávamos sobre carência, sobre pessoas que apanharam tanto da vida que acabaram criando um escudo de frieza ao seu redor para se proteger de um futuro sofrimento... “Aquela regrinha básica que diz – quem sofre na mão de um acaba acreditando que todos os outros são iguais”

         Pois bem... A conversa saiu exatamente de acordo com o que eu andava pensando e vivendo, e tentando me livrar, e lutando contra uma vontade filha da puta de arrancar o zíper da calça do primeiro bonitinho que me der oportunidade e... [imagine o que um gay ativo, que toma heroína imaginária, de tendência meio psicopata, faria numa situação dessas]

         Nós estávamos com razão. Tanto eu quanto ela já sentimos na pele, já usamos esse escudo mencionado acima, já nos defendemos depois de vários ataques sofridos.
         A solução seria óbvia se eu não tivesse um coração e várias vezes eu desejei não ter. Sei lá... Às vezes é ruim sentir e eu queria, pelo menos uma vez, saber como é não sentir nada. O texto começa a fazer sentindo agora, pois eu estou me sentindo assim e na boa... Eu odeio isso!

         Porque demônios, capetas, satanazes e bruxas de Blair eu tenho que lidar com isso? Dizem que a única forma de se livrar da carência é encontrando alguém que possa dar carinho. Esse é o problema, porque eu não quero carinho... E feito um cientista maluco eu estou a procurar uma solução ainda não descoberta. Como se livrar da carência sem que a porra do remédio seja o carinho???  [levantem as placas, universitários]

         Deixando de lado o auto julgamento e acreditando que tenho que me aceitar como sou eu diria que interiormente estou em crise. Acho que cresci demais ouvindo falar em pecado, perdão, certo, errado e caralho elevado a quatro. Cresci tanto que na procura da perfeição acabei me amiudando, me tornando menor, tirando o título de ser humano e desmerecendo tudo aquilo que conquistei com meu suor [além de orgasmos alheios, lógico].

         Então eu me tornei assim... Aceitei entrar na guerra, vesti o meu capacete e pisei no acelerador nessa estrada longa do esquecimento. Ou seja, vou a mil por hora para tentar esquecer... E não apenas um [não posso descrever para não dar na cara] que eu arranquei a virgindade e dei corda para me enforcar depois, mas todo aquele passado onde eu ainda acreditava que gostava mesmo do sexo masculino.
         Hoje eu me pergunto, vale apena?

         Sim... É verdade se alguém está pensando que eu não gosto mais de homem, porque não gosto mesmo, mas a vontade ainda gosta. A necessidade ainda pede, o hábito ainda é forte, o desejo ainda aflora, a fé ainda grita que um dia pode dar certo com alguém...

         Mas eu mesmo me separo de tudo isso, tentando arrancar isso de mim e de quem eu sou, porque não, porque eu não quero mais... Sê entende agora o motivo da carência?


         

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